segunda-feira, 13 de maio de 2013

Carpe Diem- inspirado no filme "O clube dos poetas mortos"

Ele nunca mais vai ver a luz. A luz do sol. A luz dos intensos holofotes, que durante uma noite iluminaram o majestoso teatro. O teatro onde ele se tornou rei. O teatro onde ele se descobriu. O teatro onde os seus sonhos tornaram-se muito mais do que meras palavras. Um teatro onde o som das palmas era tão intenso, que afetava o seu cérebro. Cérebro de ator, que agora não vive. Que agora não existe. O ator que desperdiçou a vida com um simples som. Bum..a bala entrou, e nunca mais vai sair. Tudo agora estava esquecido. Tudo o que o professor Keating, tinha ensinado. Tudo o que ele tivera dito. Tudo o que ele nos fez acreditar. Esquecido. Ele que acreditava em nós. Ele que nos inspirou a perseguir as nossas paixões. E tornar as nossas vidas extraordinárias. Ele que era o oposto á vida. Á vida, que agora não me pertencia. Mas sem ele, nunca teria participado no teatro onde me tornei rei. Na noite em que os meus sonhos acabaram, destruídos dentro de 4 paredes, na casa desconhecida. Nós os jovens, eramos cegos. E estas aulas mudaram-nos. Mas para melhor. Ele ensinou-nos a opor-nos, a contestar, a gritar e o mais importante “sermos livres pensadores”. Ele que nos ensinou a não deixar que ninguém condiciona-se a nossa maneira de pensar. Ensinar-nos a usarmos o bom senso. Levou-nos a um mundo, onde a poesia era vida. Onde a poesia era um modo de vida. Um mundo onde a poesia não era planeada, ou feita a partir de esquemas. Mas sim sentida. Vinda do fundo do coração. Do fundo da alma. E de olhos fechados, ele ditou palavras, que via mesmo na escuridão. Ele ditou o que via. O que sentia. Ele jurou tradição, disciplina, honra e excelência. Ele prometeu o seu melhor. Mas nem mesmo o melhor foi perfeito. E não alcançou os seus sonhos, por tal brutamontes. Mas agora ele irá ver a luz. A luz do grande palco que o espera lá em cima. Até outra vida. Carpe Diem

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