Dear John

Toda a gente sente a tua falta. A tua mãe, chora todas as noites com medo que chegues morto a casa. O teu pai, está cada vez pior. Os seu humor característico desapareceu, pois já não tem cá o seu menino a quem contar as suas barbaridades. A tua irmã, acabou com o noivado pois tu não irias lá estar para ser o padrinho. E eu..bem. Eu fico fechada neste quarto, onde as paredes deixaram de ser brancas, pois o sol deixou e brilhar. O sol. O sol que todos os dias brilhava. O sol que dava vidas ás rosas, que neste momento estão murchas, sem o teu toque. Tal como eu. Não sentir a tua pele contra a minha. Os teus lábios contra os meus. Tudo o que é teu faz me falta. Tudo o que é teu, agora não está aqui. A meu lado. Sei que neste momento deves estar em serviço. Á espera de ser o próximo alvo. Mas escrevo-te esta carta, para te desejar sorte. E te lembrar que todos sentem a tua falta. E que eu, te amo cada vez mais. A cada milésimo, segundo, minuto, hora, dia, mês..a cada momento amo-te mais. Mas nada está completo. Tu és como a minha outra metade, sem ti sinto me vazia. Mas tenho de me lembrar que amanhã tudo irá melhorar. Pois tu irás voltar de uma missão de dois anos. Dois anos onde a tua menina cresceu e deixou de ser bebé. Para além de nunca a teres pegado, sei que a amas tanto, que fazes o que fazes para a segurança dela. Para que quando ela cresça, viva num mundo salvo e seguro. Onde o mal já não predomina. E a cada dia, vejo mais as parecenças. Os teus olhos, são azuis como o mar..tal como os dela, onde eu vejo um espelho. Continua a lutar, que em breve estarás aqui. Continua a acreditar. Continua a amar-nos como se não houvesse amanhã. Permanece o homem que amo e que sempre amarei. És tu com quem que quero morrer. És tu com quem eu quero passar a vida e o além. És tu o homem corajoso que eu conheço. Que todos conhecem. O meu herói, que agora não está aqui. Não de corpo mas de alma. Contigo, agora e sempre.