terça-feira, 14 de maio de 2013

Eu sou eu..

Quando tinhas 5 anos, queria ser uma princesa. Quando tinha 7 anos, um ninja. Quando tinha 9, um músico. Quando tinha 11, uma filósofa. E agora, eu quero ser tudo o que posso ser, desde de que me tire daqui. E que quando for mais velha, sonhos não sejam tão importantes como escapar é. Eu sou alta. Eu sou tímida. Eu não me relaciono tão bem como tu. Eu sou revoltada, quando luto pelo que acredito. Eu sou como a lua, distante. Eu sou uma pessoa estranha. Eu sou eu. Podem me ter dado um nome vulgar, mas não é isso que não me torna especial. Nunca se julga um livro pela sua capa. Tal como não se julga uma pessoa pela sua aparência. Tu que duvidas de ti. Que não te achas bonita o suficiente, inteligente o suficiente. Tu..não és suficiente. E pensas para ti próprio: porque é que eu sou invisível? Eu não quero estar sozinho. A minha vida, toda a minha existência é miserável. Zás..ela cortou-se. Para quê viver neste mundo. Na vida real. Nesta sociedade. Um mundo tão odioso, onde alguém prefere morrer, do que ser quem é. Se comes muito, és gordo. Se comes pouco, anoréxica. Se falas muito, és chata. Se não falas, tímida. Se és aquilo que és, és gozado. Ridicularizado. Por quem? Sociedade. Por toda a gente, que só diz porcaria. Por toda a gente que te magoa. Eu tentei. Eu esperei. Eu dei tudo o que podia dar. Eu dei o meu todo, eu dei a minha alma, eu dei..a minha vida. Eu estive na escuridão, e na escuridão me tornei. Eu tornei-me falsa. Eu tornei-me desumana. Eu deixei de ser o que era. E passei a ser o que tu crias que eu fosse. Eu tornei-me..eu tornei-me no demónio. E eu não posso matar o demónio que há em mim. Porque ele é o que me dá vida. É ele que me mantém forte. Forte, sempre. Por muitos cortes que faça, eu sei que a dor nunca irá desaparecer. Eu sei que por muito sangue que seja derramado, a quantia nunca irá ser suficiente. Nunca irá ser perfeita. Fingir que estás feliz, quando estás em dor, mostra o quão forte, és como pessoa. Mas mesmo que o amor seja muito, ás vezes não chega para te manter vivo, e a estrada que tanto tentas ultrapassar, torna-se difícil. Mas ela finalmente desistiu. Ela deixou o sorriso falso desaparecer e uma lágrima caiu. E perante esta, muitas outras vieram. Lágrimas que continha durante séculos. Lágrimas que em público não deixei cair, para não mostrar que o que me diziam me afetava. Lágrimas, que agora caiam como nunca caíram antes. Lágrimas que tu provocaste. Mas tal como o meu avô costumava dizer “nada para dias melhores, mesmo que o sol não brilhe”. Mas deves secar essas lágrimas e lembrar-te que tens de seguir, seja por que caminho for. Apenas levanta a cabeça e olha para algo lindo como o céu ou o oceano. Vai em frente e não olhes para trás. A vida é para ser vivida não controlada. Controlada por aqueles que te levam a cometer suicídio. Por aqueles que te tornam sedenta por sangue. Sangue vermelho como o teu coração que a cada corte, se torna mais fraco. Como os teus pulmões que imploram por ar. Como o ar que tu impedes que lhes chegue. E como? Como dizes tu. Com grandes e espessas cordas. Elas circulam o teu pescoço, tirando toda a alma. Tirando todos os anos de vida, que ainda não tinham sido vividos. E dizem. Dizem que o suicídio é egoísta. Mas as pessoas que se matam têm uma doença chamada depressão. Elas sentem-se mentalmente sozinhas, embora tenham pessoas que se preocupam com elas. Elas podem estar numa sala cheia de pessoas e mesmo assim sentirem-se sozinhas. Elas pensam nas pessoas que as amam. Mas elas sentem que essas não precisam ou não querem saber. Tu aguentarias sentir sozinho a toda a hora? Tu aguentarias saber que toda a gente iria ficar melhor sem ti? Tu poderias viver odiando-te a ti próprio, e sabendo que nunca irias ser bom o suficiente. Não. Tu não podias. Ninguém podia. Tu vês o que queres ver. É como se fosses um espelho. Olhas no teu reflexo e não gostas do que vês. Mas devias. Pois cada um é especial. Cada pessoa tem as suas pequenas coisas que o diferenciam de mim, de ti, ou das pessoas que todos os dias passam na rua. Tu és diferente. Tu és único. Nós nascemos para morrer. Não antes, não agora, mas sim no depois. Aceita-te e sê feliz. A vida é curta. Portanto, vive cada momento. Concretiza cada sonho que tenhas, por muito estúpido que seja. Faz loucuras. Escala o Evereste. Enfrente os teus medos. Acorda bem disposto. Acorda com a pessoa que mais amas a teu lado. Reproduz. Apaixona-te. Sê feliz. Sê tu. Sê livre.

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