Loneliness

Choras como se soubesses o que é a dor. Amas, como se soubesses o que é o amor. Fazes tudo, a pensar que é o bem. Sem ver que é o mal. Tratas-me mal. Tratas-me bem. Tratas-me como aquilo que te convém. Pensas que sou lixo, mas lixo não sou. Sou aquilo que um dia te amou. Sou aquilo que agora não está aqui. Sou aquilo que de ti sofri. Sou a deusa do não sei, sou a deusa do talvez amei. Sou a deusa do sofrimento, sou da deusa da tristeza, sou a deusa do teu ser, que me pertence neste momento. Sou o bom no teu mau. Quando mau és. Sou o mau no teu bom. Quando me dás com os pés. Sou aquilo que te ama, e não amas de trás. Sou aquilo que tu nunca foste capaz. Posso ser o monstro, e tu a flor. Posso ser a terra e tu a água. Posso ser dominante na matéria do amor, pois seu que nunca foi o teu melhor. Posso ser a rainha, e tu o meu servo. Posso ser a escrava, que acorrentada ao teu coração está. Posso ser perfeita, do melhor que há. Mas sei que nada, sem ti significa algo. Pois tu por muito que sejas mau, tu és bom. Tu és aquilo que não existe, tu és aquilo em que o amor persiste. Tu és o herói, que me salva da besta. Tu és o feiticeiro, que me encanta a cabeça. Tu és aquilo que quero. Tu és tudo aquilo que quero. Tu és tudo o que eu preciso. Tu és o cúmulo da solidão. Que a mim me é amiga. A solidão, que me faz companhia. A solidão que por muito que seja negra, irá sempre ter luz. A solidão, que agora estou. A solidão que mais me amou.