Sempre precisei de tempo sozinha. A sós com a dor. A sós com
a solidão. A sós com tudo aquilo que engana. E nunca pensei, que precisa-se de
ti, quando chorasse. E os dias parecem anos, quando estou sozinha. E a cama
onde te deitavas, está vazia. Está feita do teu lado. E quando caminhaste, eu
contei, cada passo que tu deste. Cada grão de terra que nos teus pés tocou.
Cada passo que a tua alma perdida deu. Não percebes, que preciso de ti agora.
Neste preciso momento. Neste milésimo de vida. E quando te fostes embora, as
peças do meu coração, sentiram e ainda sentem saudades tuas. O rosto que
conhecia, é agora um desconhecido. Quando te fostes embora, todas as palavras
que eu preciso de ouvir, que sempre me ajudaram a passar os dias. Que sempre me
incentivaram a sonhar. A perseguir tudo a meu despor. São agora também desconhecido.
Mas eu torno-o num okay, tenho saudades tuas. Nunca me senti assim. Nunca nos
anos que passaram, eu tive sem este rumo. Tu do o que eu faço..lembra me de ti.
E roupas que deixaste, espalhadas pela madeira, cheira a ti. E outras coisas
que fizeste. E quando te fostes embora,
eu contei as tuas memórias. Foi como se um replay da tua vida naquele momento.
O momento que sentes a morte próxima, e tens um flashback de toda a tua vida.
Os momentos de juventude. Os momentos de filho, pai..avó. Os momentos mais
importantes, ascenderam a tua cabeça, como o sol, que a cada dia se torna mais
fraco. Não me ouves, eu preciso de ti agora. E quando te fostes embora, as
peças do meu coração, caíram ao chão molhado, como a chuva de dezembro. Elas
partiram-se nos mais pequenos rubis. Quando te fostes embora, todas as palavras
foram lembradas. Mas tornaram-se num desconhecido. Mas eu torno-o num okay,
tenho saudades tuas. Tu foste feito para este mundo. Aqui fora. Para sempre. E
eu vou lembra-lo. Mas tudo tem um fim. Seja a felicidade. Seja a angústia. E
queria que soubesses, que tudo o que faço, eu dou o meu coração, a minha
alma. Eu só consigo respirar,
sentindo-te aqui comigo. Quando te foste embora, as partes restantes do meu
coração, foram despedaçadas. Esmagadas, por tal coisa chamada medo. Medo de não
seguir no rumo certo. Sem as tuas palavras, para me guiar. Sem ti, para me
ajudar a permanecer viva. Quando te foste embora, eu senti saudades. E sinto.
Sinto que nada irá trazer-te de volta. Nada. Mesmo que fale, com as estrelas,
elas não me iram te trazer de volta, pois tu agora fazes parte delas. E és a
que brilha mais. A mais intensa. Um foco
de luz, que mesmo nas noites negras te
vejo. E sei que estás á minha espera. Talvez hoje, talvez amanha, talvez no
futuro. Estarás á minha espera de braços abertos, e neles eu vou encaixar
perfeitamente. Como tudo o que é nosso. Mesmo sem saber . Como tudo o que não
foi vivido. E que nunca irá ser. Como tudo o que tu és, e aquilo que eu não sou.
Como tu, meu querido avô.
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